Câmara pode devolver dinheiro para a Educação e ação evita greve dos professores

por Assessoria Câmara Sinop — publicado 06/10/2017 15h33, última modificação 06/10/2017 15h33

Diante da negativa da administração municipal em reduzir a carga horária dos professores, conforme consta no Plano Municipal de Educação, a Câmara Municipal de Sinop se comprometeu em devolver recursos financeiros, em 2018, para auxiliar no pagamento dos salários dos profissionais da educação. O anúncio foi feito pelo presidente Ademir Bortoli (PMDB), em nome de todos os vereadores, na manhã desta sexta-feira (10) durante uma reunião entre professores e a equipe econômica e de educação da prefeitura, realizada no plenário da Casa e intermediada pelo Legislativo. A ação, que deve receber uma resposta do poder Executivo até a próxima terça-feira (10) evitou que os professores entrassem, imediatamente, em greve por tempo indeterminado.  

“Nós já conseguimos fazer uma economia este ano e estamos arrumando a Casa. Para o ano que vem, podemos, em nome de todos os vereadores, nos comprometer em devolver recursos financeiros para auxiliar neste pleito dos professores. Vou solicitar um levantamento financeiro e na sessão de segunda-feira acredito que já podemos passar uma estimativa dos valores”, declarou Ademir Bortoli.

A secretária de Planejamento, Finanças e Orçamento, Ivete Mallmann, que antes havia informado uma frustração na arrecadação de 10% neste ano e dito que não queria se comprometer com uma nova despesa sem ter recursos para pagá-la, pediu um novo prazo, até terça-feira, para reavaliar as contas. Mesmo diante de protesto, o pedido foi acatado pelo Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep).

O pleito do Sintep é que o Município cumpra o que está previsto no Plano Municipal de Educação e que reduza em duas horas a carga horária. Os professores dizem que não haverá impacto imediato na folha de pagamento, pois abrem mão do valor para este ano, podendo parcelar a diferença para 2018. Por outro lado, a secretária de Educação, Cultura e Esporte, Veridiana Paganotti, afirma que a redução atingirá 518 profissionais, gerando uma despesa anual de R$ 1,6 milhões. Na opinião de Bortoli, a prefeitura deve cumprir o que diz a legislação.

“A redução na carga horária de duas horas já é uma lei que nós aprovamos aqui na gestão passada. E nós pedimos que a administração implante o que já está na lei”, cobrou, acrescentando outro pedido ao Executivo. “Mas o que nós pedimos mesmo, desde 2008, é que a prefeitura passe a gestão da educação para a secretaria de Educação. A secretaria tem que ter essa gestão para que ela possa administrar os seus recursos”.   

Apesar de ainda não ter conquistado o objetivo final, a presidente do (Sintep) em Sinop, Maria Aparecida Lopes, disse que saiu da reunião satisfeita e com a esperança renovada.

“Estamos satisfeitos, porque para quem não tinha nada até ontem e, na fala da secretária (Ivete) foi colocado que não havia possibilidade nenhuma de avançar, nem para longo prazo como a gente apresentou a proposta, nós hoje estamos saindo satisfeitos. E já de antemão, dizer para os vereadores desta Casa que nós estamos voltando a acreditar que temos políticos comprometidos, de fato, com a educação. Pois se não fosse a intervenção deles, eu acredito que nós não teríamos essa reunião e estaríamos decretando greve por tempo indeterminado, diante da negativa que vinha da administração”, declarou Maria.

A reunião ainda teve a presença dos vereadores Luciano Chitolina (PSDB), Ícaro Francio Severo (PSDB), Adenilson Rocha (PSDB), Leonardo Visera (PP), Billy Dal Bosco (PR), professor Hedvaldo Costa (PR) e professora Branca (PR). Todos se mostraram sensíveis às demandas dos educadores e se colocaram à disposição para cobrar a redução da carga horária, entendo que haverá ganho na qualidade do ensino e na saúde dos professores.