Comissão da usina deve entregar relatório na próxima sessão legislativa

por Assessoria Câmara de Sinop — publicado 21/09/2017 17h42, última modificação 21/09/2017 17h42

Na próxima segunda-feira (25) a Comissão Especial de Acompanhamento do Processo de Instalação da Usina Hidrelétrica Sinop (UHE Sinop) irá entregar o relatório que foi iniciado há cerca de quatro meses, quando os trabalhos começaram a ouvir representantes da Sinop Energia, parceleiros da Gleba Mercedes, produtores rurais, técnicos e engenheiros florestais, biólogos, peritos e advogados especializados no tema. Após a apresentação no Legislativo, o relatório com os apontamentos serão entregues e protocolados no Ministério Público Federal.

Entre outros pontos, o texto deve conter quatro fatores que serão enfatizados pelos vereadores Luciano Chitolina (presidente da Comissão), Hedvaldo Costa (relator), Joacir Testa, Leonardo Visera e Maria José (membros). O primeiro é em relação às indenizações. Os vereadores identificaram que a usina tem pagado valores abaixo do valor de mercado, justificado por perícia judicial e por outros pagamentos já identificados. “São valores muito aquém do valor de mercado, que se aproxima do justo”, declarou Hedvaldo Costa.

O segundo apontamento diz respeito à supressão vegetal. Inicialmente, a usina tiraria 22 mil hectares de vegetação que serão alagados. Com o decorrer do processo, a empresa conseguiu diminuir esta área para 8,6 mil hectares, o que, segundo o produtor rural Marcelo Martins, é um retrocesso que ultrapassa as questões ambientais. “Esse vegetal fica debaixo da água mais ácida e isso prejudica a sobrevivência dos peixes, aumenta o risco de doenças e causa prejuízos econômicos, pois diminui a arrecadação de impostos municipais e estaduais, além de ser um desperdício de madeira que poderia ser aproveitada pelo setor de base florestal”, explicou Martins.

Os vereadores ainda vão apontar que são necessárias fazer adequações viárias devido ao alagamento, citando a necessidade de construir uma ponte no local da balsa Atlântica, e a necessidade de a usina aumentar a compensação ao município, que atualmente é de R$ 6 milhões, para R$ 60 milhões. “A compensação de Sinop é vergonhosa para um município que terá o maior dano ambiental de todos”, alertou Hedvaldo.

O presidente da Comissão enfatizou que apesar de o relatório apresentar tais apontamentos, o Legislativo não é contrário à execução da obra. “O relatório mostra que reconhecemos os benefícios da construção para a economia do município e para a geração de energia no Brasil, mas estamos preocupados com a população de Sinop e os impactos gerados por um empreendimento destas proporções”, declarou Chitolina.