Setembro Amarelo: depressão, automutilação e suicídio é tema de audiência pública

por José Roberto Gonçalves — publicado 31/08/2022 20h15, última modificação 31/08/2022 20h13

A Câmara de Sinop realizou nesta quarta-feira (31) audiência pública para discutir Depressão, Automutilação e Suicídio, sendo presidida pelo vereador Célio Garcia (União Brasil). O evento contou com a participação de especialistas no assunto e foi aberto ao público, que lotou o Plenário Deputado Jorge Abreu.

Entre os participantes, psicólogos, representantes da educação, do CAPS e do Conselho Tutelar debateram as causas da depressão e as consequências da falta de tratamento e de informação.

A depressão é uma doença silenciosa, que atinge muita gente. Ao mesmo tempo, atinge todos que estão ao redor. Precisamos investir na prevenção. De nada adianta ter o melhor remédio sem uma psicoterapia de qualidade, por isso é importante o Poder Público atuar na capacitação de profissionais para um melhor atendimento”, destacou a professora Emiliane Silva.

A depressão, muitas vezes, atinge quem está perto de nós. A auditora pública da Câmara de Sinop, Fernanda Cristina C. Lino, autora do livro “Vida Após Depressão”, conta que, mesmo se considerando uma pessoa forte, sucumbiu à depressão pós-parto. “Eu tive meu primeiro filho, anos depois engravidei novamente e sofri um aborto espontâneo. Quando veio a terceira gravidez, eu vivi nove meses um misto de alegria e angústia. Após notar que eu realmente não estava bem, busquei ajuda profissional e recebi o diagnóstico”, contou Fernanda.

Entre os sintomas citados por Fernanda durante o período de tratamento estavam insônia, tristeza e angústia profunda, cansaço contínuo, exaustão, fraqueza, apatia, falta de interesse e de concentração. São sinais que corpo e mente dão de que algo não está em harmonia.

A pessoa com cidadão, definitivamente, precisa buscar tratamento. A qualquer um desses sinais, vale a pena ficar ligado. São sintomas que deixam de ser passageiros e se tornam permanentes, o que é ademais perigoso para sua saúde”, explicou a psicóloga clínica Quetti Caciana Schulz.

Propositor da audiência pública, Célio Garcia lembra que a depressão mata muito mais do que se noticia. “Chegam até nós casos de pessoas que estão em um quadro agravado de depressão, se automutilam e até cometeram suicídio. E tudo isso em Sinop. Isso mostra que não é o poder aquisitivo que dai ser um gatilho, mas sim o cuidado permanente que temos que ter conosco”.

Também participaram do evento o psicólogo clínico Leandro Denardi; a psicóloga e professora Ana Paula Pereira Cesar; a coordenadora do CAPS/Sinop; e a coordenadora do Conselho Tutelar – região II –, Margareth Dürks.